Distrito Federal

Diversidade

TSE poderá ter a primeira mulher negra entre seus ministros

Vera Lúcia Santana de Araújo tem ampla trajetória na advocacia eleitoral

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Aos 62 anos, a jurista Vera Lúcia Santana de Araújo é a primeira mulher negra a ser incluída em uma lista tríplice para compor o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - Reprodução/Instagram

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) indicou nesta quarta-feira (4) a lista tríplice que será enviada ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma vaga de ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Entre os nomes está o da advogada Vera Lúcia Santana de Araújo, 62 anos, primeira mulher negra a compor essa lista. Ela poderá fazer história se for a indicada do presidente para a vaga. 

A advogada baiana, nascida em Livramento de Nossa Senhora, sudoeste da Bahia, tem 40 anos de atuação como jurista e é muito respeitada no meio do direito eleitoral, tendo coordenado a área jurídica de diversas campanhas políticas. Atualmente, ela faz parte da Executiva Nacional da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e da Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal e Entorno.

"Na medida em que eu coloquei meu nome, e ao fazê-lo, eu trago a minha história de uma advogada negra, que sempre tive muita assertividade nos meus compromissos com a democracia. E a Justiça Eleitoral é a Justiça especializada, digamos assim, para zelar pelo funcionamento da nossa vida democrática", afirmou Vera Lúcia em recente vídeo divulgado pela ABJD. 

A advogada é neta de lavadeira e filha de professora. Chegou em Brasília aos 18 anos para estudar e se radicou na capital do país. Na sua trajetória profissional, Vera Lúcia foi secretária adjunta de Igualdade Racial do governo do Distrito Federal e diretora executiva da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), também do DF.

Os advogados André Ramos Tavares e Fabrício Medeiros completam a lista tríplice elaborada pelo STF. O presidente da República é obrigado a indicar um dos três nomes selecionados, mas não há prazo para essa indicação, e ela pode ocorrer até mesmo após as eleições deste ano.

O indicado ao TSE ficará responsável, entre outros processos, por avaliar ações sobre propaganda eleitoral. A vaga a ser ocupará foi aberta com o afastamento do ministro Carlos Velloso Filho, que deixou o cargo por motivos de saúde.

Atualmente, todos os sete ministros que compõem a corte eleitoral são homens brancos. "A escolha de Vera, se confirmada, representa um avanço qualitativo em um importante espaço de tomada de decisão para a democracia. A jurista representa não só as mulheres, mas também o maior contingente da população brasileira, que é a população negra", publicou a ABJD.

:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::

Edição: Flávia Quirino