Alerta

Curitiba tem explosão de doenças respiratórias em crianças

Faixa dos 0 aos 3 anos ainda não tem autorização para se vacinar contra a covid-19

Curitiba (PR) |
No final de abril, Hospital Pequeno Príncipe, referência no atendimento pediátrico na capital paranaense, teve aumento de 170% nos atendimentos de emergência - Foto: Camila Mendes/Pequeno Príncipe

Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) lotadas, filas enormes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e unidades de saúde e falta de remédios. Essa era a rotina com a pandemia e os baixos índices de vacinação até o ano passado. Com o avanço da vacinação, veio a sensação de volta à normalidade, com até a abolição da obrigatoriedade do uso de máscaras. No entanto, com a volta às aulas em Curitiba, a chegada de um clima mais frio do outono e a não liberação da vacina para crianças de 0 a 3 anos, o cenário voltou a lembrar o pico da pandemia, agora para crianças.

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No final de abril, o Hospital Pequeno Príncipe, referência no atendimento pediátrico na capital paranaense, teve aumento de 170% nos atendimentos em sua emergência de crianças com sintomas de febre, tosse e faringite, ocasionando lotação da ala de tratamento intensivo e uma reorganização do atendimento: os pacientes foram orientados a procurar os serviços das unidades básicas de saúde.

Falta de remédios

Na terça-feira, 4 de maio, a Secretaria Estadual de Saúde teve de soltar nota técnica alertando pais, professores e alunos para cuidados sanitários dentro das escolas.

“Este ano estamos em uma situação diferenciada quanto às infecções respiratórias. Temos observado um número de ocorrências acima do esperado. Além da pandemia da covid-19, tivemos a epidemia da H3N2, com o aumento dos casos de Influenza antes do período que normalmente ocorrem. Portanto, nosso cuidado é que as síndromes respiratórias não agravem e, para isso, alguns cuidados são essenciais”, frisou o secretário estadual da Saúde, César Neves.

Para o professor e médico pediatra Rubens Cat, apesar da vacinação elevada em todo o público-alvo, a falta de vacinas para as crianças abaixo dos três anos e a volta às aulas são cenários que demandam cuidados.

"Neste momento, apesar dos bons números da pandemia, ainda indico o uso de máscaras dentro das salas de aulas, pois vai proteger não só da covid-19, mas também de todos os outros vírus responsáveis por este perigoso momento que estamos passando", orienta.

Mais de 2 mil casos ativos

Com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos e fechados, Curitiba vive clima de normalidade, que começa a ficar ameaçado por conta do aumento dos casos ativos da covid-19.

Apesar de a taxa de óbitos continuar relativamente baixa, em dois por dia, a cidade já tem mais de dois mil casos ativos da doença e vem aumentando os números diariamente. Comparando com o mesmo período do ano passado, as taxas de óbitos e ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva do Sistema Único de Saúde e enfermarias ainda estão baixos. Em 2021, Curitiba, em maio, registrava mais de 20 óbitos diários por Covid.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini