Rio Grande do Sul

ELEIÇÕES 2022

PSB/RS mantém candidatura mas decisão dependerá de reunião com direção nacional

Cúpula do partido quer reproduzir no estado o acordo nacional que uniu Lula e Alckmin e solução pode sair no dia 20

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O pré-candidato ao Palácio Piratini, Beto Albuquerque, e o presidente do PSB-RS, Mario Bruck, foram a Brasília para reunião com a cúpula do partido - Foto: Arquivo PSB/RS

O PSB/RS reafirmou, em nota divulgada nesta quinta-feira (9), a pré-candidatura do ex-deputado federal Beto Albuquerque ao governo do estado, acrescentando que “segue realizando as suas articulações com os partidos do campo progressista”, elencando como possíveis parceiros eleitorais “PDT, PSD e a federação formada por PC do B, PT e PV”.  Sob pressão da direção nacional – que deseja a reprodução no Rio Grande do Sul da aliança onde Geraldo Alckmin é o vice de Lula – o PSB/RS terá uma nova reunião no dia 20 deste mês, em Brasília, com a cúpula partidária para “encaminhar os impasses”.

Diferenças entre PSB e PT

As diferenças entre o PSB local e a federação que soma PT, PCdoB e PV são o grande entrave para a aproximação no Sul. Hoje a nominata majoritária da federação, embora tenha um candidato lançado ao governo, o deputado estadual Edegar Pretto, do PT, está em aberto. É o que disseram lideranças petistas no ato público realizado dia 1º deste mês com Lula e Alckmin em Porto Alegre. No PSB, há resistência de Albuquerque em abrir mão da cabeça de chapa.

Causou estranheza a ausência de Albuquerque e da direção do PSB gaúcho tanto na manifestação quanto nas diversas reuniões mantidas pela chapa nacional. Quem apareceu em peso no ato público foi o PSOL, representado pelo presidente nacional do partido, Juliano Medeiros, o candidato ao governo Pedro Ruas, as deputadas Fernanda Melchiona e Luciana Genro, além de vereadores e vereadoras.

Centrais também querem união

A demora dos partidos de esquerda e centro-esquerda em fecharem um acordo motivou um documento das quatro maiores centrais sindicais do estado. Ontem (8), CUT, CTB, Força Sindical e UGT enviaram documento às direções partidárias pedindo “todo o esforço possível” em favor da união.

“Vivemos uma das piores conjunturas na história da classe trabalhadora no Brasil e no Rio Grande do Sul”, diz o texto. Nota que, sem união, quem pagará a conta do insucesso serão os assalariados e os mais pobres. “Temos consciência de que as consequências das derrotas eleitorais recaem nos ombros da classe trabalhadora e fortalecem as classes dominantes e seus projetos de domínio do capital, exclusão social e massacre do povo”, assinala.

Problemas também com MDB e PSDB

O futuro das relações entre PSB e PT não é o único enigma no jogo das coligações na corrida pelo Palácio Piratini e o Senado. O acordo fechado nacionalmente entre PSDB e MDB, onde o primeiro apoia Simone Tebet, a candidata do segundo, também suscita dúvidas sobre sua compensação em terras gaúchas. Com candidato em campanha – o deputado estadual Gabriel Souza – uma ala do MDB resiste à ideia de apoiar a candidatura dada como certa, apesar das inúmeras vezes em que afirmou que não concorreria a reeleição, do governador Eduardo Leite (PSDB).

Na composição, Souza abriria mão da candidatura para ser o vice de Leite. No caso, o partido maior desistiria em favor do menor. O MDB tem prefeitos ou vices em 198 municípios - 40% do estado - enquanto os tucanos participam do comando de apenas 62.

Seria uma grande novidade na história da legenda emedebista. Desde 1982, quando a ditadura liberou as eleições para governador, o MDB - antes PMDB -  nunca deixou de apresentar candidato no Rio Grande do Sul.


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Edição: Marcelo Ferreira