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Homens imunossuprimidos de até 45 anos podem se vacinar no SUS contra o HPV

O imunizante também está no calendário vacinal de meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos de idade

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A mudança da faixa etária elegível para a vacinação pelo SUS segue recomendações de sociedades científicas - Rovena Rosa / Agencia Brasil

O Ministério da Saúde anunciou nesta semana a ampliação da faixa etária de homens imunossuprimidos que devem receber a vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV) nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS).

HPV é uma denominação genérica de um grupo mais de cem vírus diferentes, que podem provocar a formação de verrugas na pele e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais), anal, genital e da uretra. As lesões genitais podem ser precursoras de tumores malignos, especialmente em mulheres. A transmissão se dá principalmente por contato sexual.

O vírus não tem cura, mas as lesões podem ser tratadas para evitar o desenvolvimento de tumores.

Até agora, a vacina era disponibilizada para homens imunossuprimidos entre 9 e 26 anos. Com a mudança, que segue recomendações de sociedades científicas, a faixa etária masculina contemplada será igual a feminina, que já era de 9 a 45 anos. A vacina do HPV também é disponibilizada no SUS para meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos de idade. 

O SUS considera imunossuprimidas as pessoas que receberam transplantes de células-tronco e órgãos sólidos, que vivem com HIV/Aids e pacientes que fazem tratamento para o câncer ou que fazem radio e quimioterapia. Nessas pessoas, o HPV tem cerca de quatro vezes mais chances de ocasionar tumores. 

Independentemente da idade, o esquema vacinal a ser aplicado será de três doses. A segunda dose deve ser aplicada até dois meses após a primeira, e a terceira dose deve ser aplicada seis meses após a primeira. Por exemplo, se você se vacinar no mês de julho, o esquema vacinal estará completo em janeiro de 2023. 

A vacina quadrivalente previne as lesões causadas pelos HPV dos tipos 6 e 11 e os cânceres relacionados aos HPV dos tipos 16 e 18, como câncer do colo do útero, câncer peniano e cânceres de orofaringe. 

A infecção por HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas, mas a multiplicação viral e o aparecimento de lesões e tumores podem ocorrer quando a imunidade do organismo cai. Segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem cerca de 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV só no Brasil. A estimativa é que, por ano, surjam 700 mil novos casos da doença. 

O diagnóstico é realizado por exame clínico ou exames laboratoriais. A recomendação do Ministério da Saúde é que toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame preventivo periódico (papanicolau), especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com um intervalo de um ano) apresentando resultado normal, o preventivo pode passar a ser feito a cada três anos.

 

Edição: Thalita Pires