imunização

Saiba mais sobre a vacinação contra a covid-19 em crianças de 3 e 4 anos

Não há motivos para preocupação de pais e cuidadores com efeitos colaterais da vacina, que se mostrou muito segura

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Para a biomédica e neurocientista Mellanie Fontes-Dutra, não há motivos para preocupação dos pais e cuidadores em relação aos efeitos colaterais da vacina, pois ela tem se mostrado bastante segura - Tânia Rêgo / Agência Brasil

Foi divulgada pelo Ministério da Saúde uma nota técnica que orienta a imunização contra a covid-19 em crianças de três e quatro anos de idade com a vacina Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantã. Até então a imunização só podia ser feita a partir dos 5 anos. Agora é importante se organizar para levar os pequenos para se imunizarem nos postos e demais locais onde as vacinas estão sendo distribuídas pelo país afora.

Segundo o Ministério da Saúde, devem ser aplicadas duas doses de Coronavac, com intervalo de 28 dias entre elas. A recomendação do Ministério se baseou em definições técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e em estudos realizados pela Fundação Oswaldo Cruz, pelo Instituto Butantã e também por órgãos internacionais.

Poucos efeitos colaterais

Para a biomédica e neurocientista Mellanie Fontes-Dutra, não há motivos para preocupação dos pais e cuidadores em relação aos efeitos colaterais da vacina, pois ela tem se mostrado bastante segura no uso nessa faixa etária.

"Segundo os dados apresentados pela Anvisa, a maior parte dos eventos adversos pós vacinação foram do tipo não-graves e nenhum óbito foi observado na população de crianças e adolescentes que foram vacinados com a coronavac", informa.

:: Covid-19: Anvisa libera aplicação emergencial da vacina Coronavac em crianças de 3 a 5 anos ::

Ainda segundo a especialista, caso apareçam efeitos colaterais, eles tendem a ser leves e duram poucos dias. "Então é uma vacina bem segura e esses efeitos, em geral, caso apareçam, tem uma chance muito grande de serem autolimitados, se resolverem em poucos dias, serem leves, então qualquer situação que seja de atenção dos pais é possível sempre consultar o pediatra pra ver qual a melhor forma de fazer o manejo, mas os pais podem ficar mais tranquilos porque o imunizante tem se mostrado bastante seguro nessa população."

Estudos clínicos realizados no Chile também mostraram que as crianças vacinadas possuem maior número de anticorpos e menos reações à vacina em relação aos adultos.

Doses e distribuição

Para vacinar, os responsáveis devem apresentar um documento de identificação da criança, de preferência o CPF.

A vacinação deve começar por todas as crianças imunocomprometidas dessa faixa etária. Na sequência, as doses serão destinadas às crianças de quatro anos e, depois, às de três anos.

A pasta ainda reafirma que a imunização de crianças de cinco a 11 anos deve ser feita com a vacina da Pfizer, que já está aprovada para essa faixa etária.

Quem já está aplicando

As capitais São Luis (MA), Manaus (AM), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belém (PA), Boa Vista (RR) e Rio de Janeiro já haviam começado a aplicação das doses nesta segunda-feira (18), a partir da recomendação do Ministério da Saúde lançada ainda na semana passada. Agora, a partir da divulgação das demais orientações, outros municípios estão iniciando as imunizações.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, a vacinação começa nesta quarta (20). Na capital existem 313 mil crianças de três e quatro anos, sendo 15 mil crianças com comorbidades, que possuem alguma deficiência ou crianças indígenas, que serão priorizadas no processo.

Edição: Nicolau Soares