Pernambuco

FREVO

II Concurso Nordestino de Frevo homenageia Getúlio Cavalcanti e convida novos músicos a compor

A competição premiará os melhores frevos de Rua, de Bloco, Canção, Livres Instrumentais; bem como intérprete e arranjo

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O compositor Getúlio Cavalcanti é o homenageado do evento, conhecido pelo frevo "O Último Regresso" - Divulgação

“Olhe, para um compositor, meu Deus do céu, você saber que a música em todo o lugar que chega é executada, todo mundo canta, é a glória”, disse o cantor e compositor Getúlio Cavalcanti, que tem 80 anos, dos quais 60 foram dedicados ao frevo. Ele é autor da música “O Último Regresso”, um frevo de bloco lançado em 1981 e regravado por mais de 50 artistas. 

A composição se tornou uma marca dos blocos pernambucanos, principalmente do Bloco da Saudade, no carnaval do Recife. Este ano, Getúlio é o homenageado da segunda edição do Concurso Nordestino de Frevo, uma realização da Fundação Joaquim Nabuco que incentiva cantores e compositores de toda a região a inscreverem frevos inéditos.

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“No concurso do ano passado, tivemos algo em torno trezentas inscrições. Foram trezentas pessoas pensando e produzindo o frevo na contemporaneidade. Do ponto de vista da produção, a realização de um concurso é colocar na pauta esse tema e colocar as pessoas para produzirem, incentivar essa produção”, destacou o bibliotecário e chefe da Divisão do Centro de Documentação e Pesquisa da Fundaj, Lino Madureira, fala das expectativas da fundação.

Sobre o concurso

A competição deve premiar os melhores nas categorias Frevo de Rua, Frevo de Bloco, Frevo Canção, Frevos Livres Instrumentais, Intérprete e Arranjo. Além disso, trouxe o lançamento do livro “Ao Compasso do Frevo” e de um álbum com as composições da edição anterior.

“É importante essa consolidação, tem muita coisa para ser incentivada, muitos gêneros, mas estamos cumprindo essa pauta importante para a cultura, para a região de uma temática que perpassa por todo o Nordeste e também por todo o Brasil”, avalia Lino Madureira.

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O frevo pode falar de tudo

Na última edição, Getúlio, hoje homenageado, foi vencedor na categoria frevo de bloco com o lançamento da música “É Fantasia”. Para ele, que dos seus 80 anos de vida, mais de 60 foram dedicados ao frevo, o ritmo pode ser o que os compositores e compositoras quiserem fazer dele. 

“Muitos críticos falam que a música pernambucana, que o frevo pernambucano, ele tem uma temática de saudade, de tristeza e de uma paixão sofrida, essa coisa toda. Eu sou de um lado de que o frevo, as letras podem falar o que quiserem. Existe espaço para você falar de tudo o que for necessário. Eu mesmo gosto de fazer elegias, assim como gosto de falar de entidades que fazem parte do nosso histórico musical”, acredita o compositor.

Quer saber mais?

Para o concurso, foi lançado o site onde estão disponíveis gratuitamente o e-book da primeira edição e as músicas. Em breve, a fundação deve disponibilizar o edital para as inscrições. As obras premiadas vão integrar o acervo do Centro de Documentação e de Estudos da História do Brasil (CEHIBRA), o maior acervo fonográfico da região Nordeste.

Edição: Elen Carvalho