O último fim de semana teve agenda agitada de definições e confirmações de chapas majoritárias em Pernambuco. Mas até agora não há surpresas. Foram confirmadas as chapas encabeçadas por Marília Arraes (SD), Raquel Lyra (PSDB), Miguel Coelho (UB) e Anderson Ferreira (PL), com seus respectivos vices e candidatos ao Senado Federal de cada chapa. Na semana passada o nome de Jones Manoel (PCB) já havia sido confirmado. Com prazo-limite estabelecido na sexta-feira (5), até lá teremos as convenções para confirmar as candidaturas encabeçadas por João Arnaldo (PSOL) e Danilo Cabral (PSB).
A líder das pesquisas, a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), confirmou sua postulação ao Palácio do Campo das Princesas na tarde do domingo (31). Num Classic Hall com grande público, a ex-petista usou vermelho e reforçou a vinculação de sua imagem à do ex-presidente Lula (PT).
Marília Arraes anunciou pré-candidatura no fim de março, após os demais; mas figura como líder nas pesquisas / Divulgação
Diferente do tom de costume, Arraes evitou ataques duros ao PSB. “Pernambuco, terra das revoluções, de um povo que nunca se curvou, mas que hoje anda de cabeça baixa, sem orgulho, porque o Estado está abandonado”, criticou. O evento teve a presença de Paulinho da Força, que é presidente nacional do Solidariedade e deputado federal pelo estado de São Paulo.
Marília também prometeu “resgatar a dignidade” e “erradicar a miséria”, além de outras propostas. Ela também reforçou a imagem do seu avô e ex-governador, cujo sobrenome ela carrega. “A partir de janeiro do próximo ano, como sempre disse Miguel Arraes: o que for possível a gente vai fazer e o que hoje é impossível o povo vai nos ajudar a fazer”.
A chapa tem os também deputados federais Sebastião Oliveira (Avante) candidato a vice-governador e André de Paula (PSD) a senador. O nome da coligação formada pelos três partidos é “Pernambuco na Veia”, que terá 58 candidaturas a Câmara Federal e 118 a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Na mesma tarde houve a convenção do União Brasil (UB), partido que nasceu da fusão entre DEM e PSL. Foi confirmado o nome do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, agora candidato ao Governo do Estado. “Pernambuco vai mudar, quer um novo líder, que tenha coração, coragem e compromisso com seu povo. Me apresento e peço a oportunidade de transformar esse estado, como fiz em Petrolina”, afirmou.
Apesar da chapa puro-sangue, União Brasil ao menos atraiu três partidos / Pipo Fontes e Max Brito/divulgação
Sua vice é a ex-tucana Alessandra Vieira (UB), atualmente deputada estadual e natural de Santa Cruz do Capibaribe. Fechando uma chapa puro-sangue, foi confirmado para o Senado o advogado Carlos Andrade Lima (UB), que foi candidato a prefeito do Recife e é homem de confiança de Luciano Bivar.
Bivar, que é presidente nacional do UB, anunciou no evento que desistiu da candidatura à Presidência da República e vai tentar reeleição para a Câmara Federal. Nessa disputa ele concorre, dentro do partido, com figuras como Fernando Bezerra Coelho Filho e Mendonça Filho.
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O União Brasil terá 26 candidatos a deputado federal e 50 a estadual, números máximos permitidos pelo TSE. O evento aconteceu no Clube Português e o nome escolhido para a coligação foi “Pra transformar Pernambuco”, que conta União Brasil, Podemos, PSC e Patriota (estes dois últimos sem chapas proporcionais).
No mesmo domingo (31), pela manhã, no mesmo Clube Português, foi oficializada a candidatura de Anderson Ferreira (PL), também numa chapa puro-sangue com Izabel Urquiza na vice e Gilson Machado Neto para o Senado. É a “chapa de Bolsonaro” em Pernambuco. A coligação foi batizada de "Simbora Mudar Pernambuco" e tem 26 candidatos a deputado federal e 50 a estadual.
A chapa Anderson, Izabel e Gilson buscam representar o bolsonarismo em Pernambuco / Chico Bezerra/divulgação
Ferreira foi prefeito de Jaboatão dos Guararapes eleito em 2016 e reeleito em 2020, mas tal qual Miguel Coelho (UB) e Raquel Lyra (PSDB), largou a prefeitura dois anos antes para tentar a sorte na disputa pelo Governo do Estado. “Enfrentei o período mais difícil, com cenário completamente adverso”, disse ele referindo-se a sua experiência. “E o governo que está aí não entrega nada à população”, completou, se referindo não ao Governo Federal, que ele apoia, mas ao estadual. Ferreira também criticou condições das estradas e hospitais do estado.
No sábado (30), também no Clube Português, a tucana Raquel Lyra (PSDB) confirmara sua candidatura, tendo Priscila Krause (CD) como vice e Guilherme Coelho (PSDB) para o Senado. Enquanto Raquel foi prefeita de Caruaru de 2016 a 2022, deixando o segundo mandato ainda na metade, Priscila é deputada estadual e tem sua base eleitoral no Recife. Já Guilherme Coelho (PSDB) é empresário da fruticultura em Petrolina e tio do candidato Miguel Coelho.
Raquel Lyra (de roxo), Priscila Krause e Guilherme Coelho formam a chapa majoritária da federação PSDB-Cidadania em Pernambuco / PSDB/divulgação
Na convenção, Raquel se disse confiante na vitória. “Pernambuco não é capitania hereditária, não é de uma família só, mas de todos nós. Vamos devolver o estado aos pernambucanos”, disse ela, que também é herdeira de uma família de políticos, como o ex-ministro Fernando Lyra e o seu pai, ex-vice-governador João Lyra.
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PSDB e Cidadania formam uma federação partidária, o que significa que, em todo o país, os dois partidos atuarão juridicamente como um único partido pelos próximos quatro anos. A coligação conta apenas com PSDB e Cidadania, recebendo o nome de “Pernambuco pra Cima”.
Na quarta-feira (27) o Partido Comunista Brasileiro (PCB) já havia confirmado o historiador Jones Manoel como candidato ao Governo de Pernambuco, tendo como vice a assistente social Raline Almeida. O partido não lançou nome ao Senado e aguarda até o dia 5 uma possível aliança para compor a chapa.
Jones Manoel e Raline Almeida representam o PCB na disputa pelo Governo de Pernambuco / Comunicação PCB/divulgação
No sábado (30) a Unidade Popular realizou sua convenção, confirmando suas candidaturas proporcionais e reafirmando o nome de Leonardo Péricles (UP de Minas Gerais) para a Presidência da República. O partido não lançou nomes para as disputas majoritárias em Pernambuco e pode definir uma aliança até o prazo das convenções. Estudam compor com o PCB ou com o PSOL.
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O Partido dos Trabalhadores também fez sua convenção, na última terça-feira (26), junto com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Verde (PV). As três siglas estão unidas pelos próximos anos através de uma federação, batizada de “Brasil de Esperança”.
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O grupo lançou 24 candidaturas a Câmara Federal e 36 para a Assembleia Legislativa, além dos nomes da deputada estadual Teresa Leitão (PT) para o Senado e da vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) novamente para este cargo. A federação integra a coligação Frente Popular, que tem Danilo Cabral (PSB) como candidato ao governo.
As próximas convenções
Nesta quarta-feira (3) a federação PSOL-Rede realiza sua convenção partidária. A aliança tem João Arnaldo (PSOL) como candidato ao governo, Alice Gabino (Rede) como vice e Eugênia Lima (PSOL) para o Senado, além de uma 26 candidaturas à Câmara Federal e 50 para a Assembleia Legislativa. Nacionalmente apoiam Lula (PT) para presidente.
Alice Gabino, João Arnaldo e Eugênia Lima formam a chapa majoritária da federação PSOL-Rede em Pernambuco / Comunicação/PSOL
Na sexta-feira (5), prazo-limite para as convenções partidárias, é a vez do PSB oficializar o deputado federal Danilo Cabral como seu candidato ao Governo do Estado. O PSB lidera a Frente Popular, aliança que comanda o Palácio do Campo das Princesas desde que Eduardo Campos foi eleito governador, há 16 anos. As candidaturas da Frente sempre foram encabeçadas pelo PSB.
Este ano a coalizão tem sentido dificuldades para alavancar a candidatura de Danilo, além de lidar com defecções. A Frente Popular conta hoje com nove partidos, já que perdeu o Solidariedade, Avante e PSD (todos com Marília Arraes), além do Podemos (que está com Miguel Coelho).
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Pernambuco também terá as candidaturas do pastor Esteves Jacinto (PRTB) e Jadilson Bombeiro (PMB) ao Governo do Estado.
Início da campanha e propagandas de TV
Após o período de convenções, que vai até 5 de agosto, os partidos e federações partidárias têm 10 dias (até o dia 15) para apresentar a documentação na Justiça Eleitoral. No dia 16 de agosto começa a campanha de rua, com os candidatos podendo colocar carros de som para rodar (das 8h às 22h), distribuir material informando número e cargo ao qual está candidato e pedir votos. Podem fazer isso até a noite do sábado 1º de outubro, véspera da votação.
Já a propaganda de TV e rádio tem início numa sexta-feira, dia 26 de agosto, se estendendo por cinco semanas até a quinta-feira 29 de setembro, três dias antes da votação. Os programas vão ao ar de segunda a sábado. Caso haja 2º turno, as propagandas serão exibidas por três semanas, de 7 a 28 de outubro. Este ano os programas eleitorais têm duração de 25 minutos.
Em dias de segunda, quarta e sexta são propagandas dos candidatos e candidatas ao Governo do Estado, Senado e deputados estaduais. Na terça, quinta e sábado são postulantes a Presidente da República e deputado federal. Na rádio são exibidos das 7h às 7h25 e depois das 12h às 12h25. Já na televisão os horários são das 13h às 13h25 e depois das 20h30 às 20h55. Os canais de TV e rádio também devem separar 70 minutos por dia para cerca de 100 inserções diárias com duração 30 segundos ou 1 minuto.
Edição: Vanessa Gonzaga