Rio Grande do Sul

SOLIDARIEDADE

Artigo | Participação social e compromisso com a vida

Muitas vezes as forças da morte vencem batalhas e ceifam vidas, é isso que gera a pobreza e todas as formas de exclusão

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Organizar em pequenos núcleos de resistência social garante que o bem-estar comum aconteça - Foto: Arquivo AVESOL

As sociedades são construídas a partir do encontro de pessoas, de povos. Não existe sociedade de uma pessoa só. Após se reconhecerem como sociedade, estas pessoas geralmente fazem acordos e estabelecem regras de convivência, vivendo no presente e projetando conquistas para o futuro.

Nestes espaços, a disputa de poder é exercida constantemente e nem sempre vence a maioria, ou mesmo quem busca tornar a sociedade mais justa e fraterna. Muitas vezes as forças da morte vencem batalhas e ceifam vidas, tudo sempre motivado por interesses, nas sociedades modernas, geralmente financeiros e de acúmulo de bens. É isso que gera a pobreza e todas as formas de exclusão social.

Aqui entra o outro lado das sociedades: A solidariedade. Que para se concretizar, acaba passando por diversos momentos de tensionamento social, onde os grupos que buscam construir a participação social e garantir que todos tenham o lugar que buscam socialmente, onde livremente podem exercer a cidadania com justiça e fraternidade.

Tal proposta é justamente a dos grupos da Ecosol, dos movimentos sociais, da busca pela garantia dos direitos humanos e também os que enfrentam as organizações do mal que insistem em dominar e reconquistar a cada dia bens e valores, acumular, nem que seja pela destruição da sociedade e da natureza. Para estes, a vida não é prioridade. O coletivo, menos ainda, porque ele oferece resistência.

Assim, organizar em pequenos núcleos de resistência social, nossos irmãos e irmãs mais pobres, além de permitir que a vida renasça aí, garante que o bem-estar comum aconteça sem a necessidade do aniquilamento dos que mais precisam e são vítimas da persistente exclusão social gestionada pelos mais ricos.

No contexto atual, além do mundo real, o mundo virtual tem papel decisivo nas organizações de massa e na construção da participação ativa e popular, para a organização de redes e coletivos, na formação humana e política, no acolhimento de imigrantes e qualquer ação que priorize a organização social para a participação de uma sociedade para a solidariedade.

* Presidente da AVESOL (Associação do Voluntariado e da Solidariedade)

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Ayrton Centeno