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No Recife, ONG Cores do Amanhã usa a arte para mudar a realidade de crianças da periferia

Surgida há mais de 10 anos, ONG atende a famílias expostas a situação de vulnerabilidade social

Brasil de Fato | Recife (PE) |
ONG realiza ações de educação social através da cultura vinda das periferias - Cores do Amanhã/reprodução

A ONG Cores do Amanhã surgiu a partir de um desejo comum de quatro amigos em desenvolver ações de voluntariado voltadas a crianças e jovens carentes da comunidade do Totó, no Recife. Em 2009, tudo começou de forma improvisada no terraço da casa da mãe de Jouse Barata, uma das idealizadoras da ONG. Hoje, as ações inclusivas e ocupacionais cresceram por meio da arte, dança, cultura e esportes.  

Os beneficiados são as famílias que estão expostas diariamente a situações de vulnerabilidade social. A ONG está localizada no entorno do Complexo Prisional Professor Aníbal Bruno, e alguns dos jovens atendidos têm parentes detidos na penitenciária.

Jouse Barata conta que cresceu ao redor do presídio, o terceiro maior da América Latina, e com o sonho de não ver mais jovens se envolverem com o tráfico de drogas. “Tem também as crianças que começam a ser aliciadas por isso, eu comecei a observar que minha mãe dava aula de reforço, então eu comecei a organizar e pôr em prática uma oficina de arte para as crianças, que ficava no próprio reforço, a fim de ajudá-la de alguma forma benéfica”, conta.

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O Cores do Amanhã é um grupo formado por educadores, artistas plásticos, grafiteiros, artesãos, músicos e artistas de diversas áreas que buscam levar cultura e cidadania através da arte. Atualmente, a ONG atende mais de 650 famílias fixas em atividades que vão do ballet até o karatê.

Ação solidária

Além das práticas culturais, após a pandemia, o espaço também passou a oferecer solidariedade através da doação de alimentos e refeições para os mais de 750 alunos.

“A pandemia chegou muito forte na comunidade, então a ONG conseguiu atender mais de 8 mil famílias de forma emergencial com cesta básica, itens de higiene, álcool, máscara. O Cores do Amanhã começou a dar assistência a outras ONGS que estavam no entorno. Então, hoje, a ONG tem adotado outras organizações menores como a Casa Rosa, temos um grupo lá em Manassu, temos grupos lá em Cavaleiros, então é como se estivesse sendo criada uma sementinha através dos voluntários em outros bairros”, afirma Jouse Barata.

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Isabel Lucena é psicoterapêuta e se voluntariou à ONG depois que seu filho começou a fazer parte das atividades de karatê na organização. Ela conta que tenta usar do conhecimento de psicologia que possui para atuar junto ao grupo de crianças, voltada a TDAH e autismo, e mulheres com questões relacionadas à ansiedade e depressão.

“Então, a ONG vem trazendo para dentro da comunidade uma oportunidade de escuta para essas pessoas, para entender e tentar solucionar, na medida do possível, as questões psicológicas que necessitam de atenção” acrescentou Isabel.

A instituição também oferece encontro e formações para as mulheres, através do Cores Femininas, com o intuito de fortalecer o diálogo sobre gênero e a ocupação feminina na sociedade.

Há mais de 10 anos, esse projeto vem colorindo as ruas do Recife. Para ajudar a espalhar as cores da solidariedade acesse as redes @coresdoamanha ou o site coresdoamanha.com.br

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Edição: Vanessa Gonzaga