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apoio a terroristas

Pedido de indiciamento do casal Tércio por apoio aos atos terroristas é protocolado no STF

Petição é de autoria do PSOL e cita outros parlamentares; Liana Cirne (PT) também ingressou com uma notícia crime no STF

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Os deputados eleitos Clarissa e Júnior Tércio são aliados de Bolsonaro e representantes da extrema direita em PE - Reprodução

Após os atos terroristas ocorridos em Brasília no último domingo (08), uma série de medidas para identificação e responsabilização dos criminosos vêm sendo tomadas. Na segunda-feira (09), a bancada do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) no Congresso protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF), uma petição direcionada para os autos do Inquérito dos atos antidemocráticos com a indicação e o pedido de indiciamento dos parlamentares envolvidos nos crimes. 

A petição que indica urgência na investigação e aplicação de medidas cautelares traz, entre outros nomes, os dos pernambucanos Clarissa Tércio (PP) e Júnior Tércio (PP). A deputada federal Clarissa Tércio e o seu marido, o deputado estadual Júnior Tércio, compartilharam em suas redes sociais vídeos e fotos da invasão terrorista. No perfil da deputada, a legenda, que inicialmente afirmava "Brasília hoje, oremos pelo nosso Brasil", foi editada horas depois com uma mudança de tom, após publicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) condenando a violência e depredação dos prédios dos Três Poderes. 

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Na terça-feira (09), a vereadora do Recife Liana Cirne (PT) também ingressou com uma notícia crime no Supremo Tribunal Federal contra a deputada federal Clarissa Tércio. Liana pede a inclusão da notícia crime protocolada nos autos do Inquérito que investiga os atos antidemocráticos, a autorização para a instauração da investigação por parte da Polícia Federal, a suspensão da diplomação de Clarissa como deputada federal, a proibição de seu ingresso nas dependências do Congresso Nacional e remoção de seus perfis nas redes sociais onde o vídeo foi postado.

Após repercussão, o casal emitiu nota repudiando as acusações. Eles afirmam: “Em alinhamento com o Ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, ratificamos que somos totalmente contrários a qualquer ato de violência, vandalismo ou de destruição do patrimônio público, que venha ameaçar a nossa democracia. Desta forma, repudiamos toda e qualquer tentativa de sermos tachados de apoiadores de atos violentos e anticonstitucionais”.

Histórico conservador

A mudança de tom na postagem não apaga, contudo, o histórico do casal bolsonarista, que se alinha politicamente a pautas conservadoras e fundamentalistas. Em 2020, a deputada Clarissa Tércio, então deputada estadual e filiada ao PSC, invadiu junto com outros parlamentares o Cisam, no Recife, para tentar evitar a interrupção da gravidez de uma criança vítima de estupro.


Invasão do Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros (Cisam) por grupos religiosos no Recife mostra as dificuldades em encarar o debate sobre o direito ao aborto legal no Brasil / Jonatas Campos

Nesse mesmo ano, Clarissa foi fotografada em bairros da periferia recifense distribuindo caixas de cloroquina para a população, medicação propagandeada por Bolsonaro, mas cuja eficácia contra a covid-19 comprovadamente inexiste.

Até o fechamento desta matéria, a assessoria de imprensa dos deputados Clarissa e Júnior Tércio não retornou ao pedido de resposta do Brasil de Fato Pernambuco. Para a Folha de Pernambuco, a assessoria afirmou que o casal não vai se pronunciar sobre a inclusão dos nomes deles no pedido de investigação protocolado pela bancada do PSOL. 

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Edição: Vanessa Gonzaga