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COVID-19

Vacina bivalente começa a ser aplicada em PE; crianças devem terminar o esquema vacinal básico

Pernambuco aplica a dose de reforço em grupos prioritários da Fase 1; saiba quem já pode receber a imunização

Brasil de Fato | Petrolina (PE) |
Ministério da Saúde encaminhou um total de 800.454 mil doses da vacina bivalente Pfizer para Pernambuco - Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Pernambuco iniciou a vacinação com a bivalente Pfizer como parte da nova estratégia de intensificação da imunização contra a Covid-19 no Brasil. O processo de vacinação segue de forma escalonada, de acordo com as fases e grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde (MS), que disponibilizou um total de 800.454 mil doses para serem distribuídas no estado.

Na Fase 1, a que o estado se encontra atualmente, 774.446 pessoas pertencem aos grupos prioritários e estão aptas a receber a vacina bivalente. Nesta fase, estão as pessoas a partir de 70 anos; pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP) a partir de 12 anos, abrigados e os trabalhadores dessas instituições; imunocomprometidos; comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas

A vacina bivalente da Pfizer é autorizada no Brasil para uso como dose de reforço e pode ser utilizada nos grupos prioritários com intervalo igual ou maior a três meses da conclusão do esquema anterior. A bivalente também é recomendada para pessoas com 12 anos de idade ou mais que façam parte dos grupos elegíveis. Ela inclui proteção contra a cepa original do SARS-COV-2, a ômicron, e as variantes BA.4 e BA.5.

Nesse primeiro momento, Pernambuco terá a oportunidade de imunizar 45% da população dos grupos prioritários contemplados com as doses disponíveis, e, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), mais doses da vacina bivalente serão encaminhadas pelo MS nos próximos dias para o estado. Cidades com maior agilidade no processo de imunização de sua população poderão avançar para as fases subsequentes, levando em conta a disponibilidade de doses.

Com a proteção contra diferentes cepas do vírus, a vacina bivalente oferece mais segurança para os grupos prioritários e contribui para o controle da disseminação do vírus no estado. A estratégia escalonada de vacinação, aliada à distribuição das doses de forma equilibrada entre os municípios, têm o potencial de acelerar ainda mais a imunização em Pernambuco. 

Dúvidas comuns sobre imunização com a bivalente

Qual a diferença entre a vacina bivalente e a vacina monovalente?

A vacina monovalente possui uma cepa ou componente do vírus, já as bivalentes protegem contra duas versões do vírus de uma só vez. A monovalente contra a Covid-19 foi criada com a cepa original do vírus Sars-CoV-2, causador da doença. As bivalentes, além de terem sido criadas com o vírus original, também foram com as cepas mais recentes da doença, da variante Ômicron - BA.1, BA.4 e BA.5, predominante no mundo.

É possível dizer que a bivalente é mais eficiente?

O Ministério da Saúde esclareceu que os dois tipos de imunizantes são eficazes e capazes de oferecer proteção contra a infecção pelo coronavírus. No entanto, o surgimento das variantes levou à redução da eficácia das vacinas monovalentes. Ainda assim, elas mantém a eficácia contra a doença na forma grave e óbitos. As doses de reforço ampliam a resposta imunológica e aumentam a proteção contra esses casos. 

Se a pessoa não tomou todas as doses do esquema vacinal anterior, pode tomar a bivalente?

O esquema vacinal define que quem for tomar a dose deve ter finalizado o esquema primário completo de duas doses com vacinas monovalentes, respeitando o intervalo mínimo de três meses da última dose de vacina monovalente recebida.

Pessoas não vacinadas ou que receberam apenas uma dose da vacina monovalente devem iniciar ou completar o esquema primário (básico) e tomar a dose bivalente após o intervalo mínimo.

Crianças ainda sem completar esquema vacinal monovalente

Um desafio para aumentar ainda mais a cobertura vacinal tem sido imunizar as crianças, últimas a estarem aptas para receber as doses. Ainda que as vacinas já estejam disponíveis, a procura pela vacina não tem sido a desejada. 

A SES PE atribui isso à desinformação. “Isso está atrelado à falta de informação e às fake news contra a vacina, somada às dificuldades particulares de pais e responsáveis, que os impedem de levar seus filhos aos postos de saúde”, falou a secretaria em nota ao Brasil de Fato Pernambuco

Dada a importância dessa cobertura para a população, a SES-PE afirma estar investindo, junto ao Governo do Estado, em campanhas, como a "Vacina em dia na volta às aulas. Nota 10 na caderneta", para sensibilizar os pernambucanos sobre a necessidade da imunização. Além disso, no último dia 14 de fevereiro, em parceria com a Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE) e com os municípios, foram montados postos de vacinação em creches e escolas da rede pública para imunizar crianças e adolescentes. 


Vacina produzida pelo Instituto Butantan é direcionada para o esquema inicial de imunização de crianças de 3 a 11 anos / Tânia Rêgo/Agência Brasil

De acordo com Filipe Prohaska, chefe da triagem de doenças infecciosas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (Huoc-UPE), “a grande questão é vacinar as crianças. Quando você vacina as crianças, você diminui a propagação para todas as idades, já que elas têm um contato muito mais íntimo com as pessoas, além de usarem menos máscara também”. 

Elas ainda não estão aptas para tomarem a vacina bivalente, a não ser as maiores de 12 anos que façam parte de grupos prioritários da Fase 1. No entanto, a recomendação do Ministério da Saúde neste momento é que os pais e responsáveis completem o esquema vacinal básico de seus filhos. 

Leia aqui: Pernambuco discute se ampliará a vacinação da 4° dose contra covid para público jovem

Edição: Elen Carvalho