Pernambuco

MEIO AMBIENTE

Ataques de tubarão acendem sinal de alerta no governo de Pernambuco

Somente em março, três pessoas foram atacadas por tubarões nas orlas de Olinda e Recife

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Orla de Boa Viagem, no Recife, onde diversas áreas têm restrição de banho de mar por riscos de ataques. - Prefeitura do Recife/Arquivo

Os recentes ataques de tubarão em Pernambuco acenderam sinal de alerta no governo e também nos banhistas. Três pessoas foram atacadas por tubarões neste mês de março no estado, o número gerou preocupação. Tanto que o Estado resolveu retomar a parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para pesquisa e monitoramento interrompida desde 2014.

Paulo oliveira, coordenador do Departamento de Engenharia de pesca e agricultura da UFRPE afirma que é preciso olhar para as causas dos ataques. "Nós estamos falando de um animal marinho. Nós estamos falando das causas que estão fazendo com esse animais se aproximem mais da costa, que permaneçam mais tempo na costa. Isso tudo tem relação com a degradação generalizada dos ecossistemas costeiros", destaca.

O governo do estado também anunciou a volta das atividades do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões(CEMIT) e, agora, ele passa a ser vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, não mais à Defesa Social.

Ao todo, 77 pessoas foram feridas por ataques de tubarão em Pernambuco desde a década de 1990. O biólogo Paulo Melo explica que as praias da Região Metropolitana não eram rota dos animais, a mudança veio com a construção do Porto de Suape no município de Ipojuca.

"Existe esse grande problema que é o porto, esse grande empreendimento modifica aquele lugar, e quando faz essa modificação sem a consulta devida as populações ali nativas, que entendem a dinâmica daquele lugar, e também  sem o estudo realmente que possa ter alguma influência em como aquele empreendimento vai ser implementado e mantido, sem esse estudo com relação à biologia, à ecologia e outros aspectos também de química e física local, você  implementa algo, mas fica cego de todos os impactos que podem acontecer. É o que a gente observa hoje ali na região de Suape", pontua o biólogo.

*Com adaptação para o site de Iyalê Tahyrine.
 

Edição: Elen Carvalho