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Tem Sem Terra na ALEPE!

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PL pode garantir que estudantes de Pernambuco recebam uma primeira refeição assim que chegarem nas escolas - Agência Brasil
O mandato é mais uma ferramenta de luta incorporada na nossa luta de classes

É chegada a volta da nossa coluna aqui neste importante instrumento de comunicação popular, não só do nosso estado, mas do nosso país. E eu retomo essa escrita bastante feliz, agora como deputada estadual e chegando aos 100 dias do nosso mandato. Esse mandato é do povo. Eu sou parte dele, mas, não estou sozinha. Tem Sem Terra ocupando a Assembleia Legislativa de Pernambuco e isso diz sobre muitas coisas.

Os 100 dias representam um marco que mostra a que veio uma gestão e quais caminhos já apontam. Então, vou aproveitar este espaço para trazer o meu olhar sobre a nossa vida na ALEPE. Nosso mandato já começou trazendo para a mesa um tema urgente que toca a vida e a sobrevivência de, pelo menos, 33 milhões de pessoas: a fome. Instauramos a Comissão Especial de Combate à Fome na Assembleia. 

Só isso já vale comemorar, mas o trabalho em si também tem sido bastante animador. Estamos construindo agendas dentro e fora da ALEPE para pautar e entender ferramentas possíveis que devem resultar em Políticas Públicas que combatam a fome e a insegurança alimentar e nutricional das pessoas, com os mais diversos setores da sociedade que pautam e trabalham com o direito à alimentação.

Nós protocolamos diversos projetos de leis que versam sobre prevenção à conflitos agrários, reforma agrária, cultura, merenda escolar, alimentação, prevenção para os efeitos das chuvas e agricultura familiar. Pautamos recentemente um projeto de lei que, quando aprovado, vai garantir que os alunos e as alunas das escolas públicas - de todas as modalidades - recebam uma primeira refeição assim que chegarem, antes do início de suas atividades escolares. 

Compreendemos que a merenda escolar já é um dispositivo que garante alimentação a muitos jovens da Rede Estadual de Ensino e que muitos deles comem apenas o que é oferecido nas escolas. Sem falar que, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), de onde vem a merenda escolar também fortalece os agricultores e as agricultoras familiares do nosso estado, uma vez que o programa estabelece que 30% dos produtos adquiridos para a merenda venham da agricultura familiar. Nossa ordem é ninguém passar fome, nossa luta é para ver o povo feliz.

Além disso, o mandato é mais uma ferramenta de luta incorporada na nossa luta de classes. E, por isso, queremos e estamos trabalhando para que tenha a cara e a impressão de todas as pessoas. Por isso, lançamos os Conselhos Participativos, que é uma extensão da plataforma colaborativa que foi construída por muitas mãos durante a campanha eleitoral e que vamos continuar debatendo e propondo sobre as diversas bandeiras que regem as nossas ações. 

São conselhos temáticos que vão ter reuniões sistemáticas para construírem ativamente o que vamos propor na ALEPE. Quem se interessar, os temas prioritários são agricultura, agroecologia, Meio Ambiente, Direitos humanos, Mulheres, LGBTQIAP+, Anticapacitista, Direitos das Crianças e Adolescentes, Cultura, Povos de Terreiro, Povos Tradicionais e Originários, Equidade Racial, Juventude, Educação Superior, Educação do Campo, Educação Básica, Saúde, Direito à Cidade e Religiões. Basta entrar em contato pelas minhas redes sociais e chegar pra construir. 

Tenho andado muito, além das paredes da ALEPE. Nos próximos dias, por exemplo, estarei em São Paulo participando da IV Feira Nacional da Reforma Agrária. Depois de cinco anos desde a última edição, a Feira tem a estimativa de reunir 500 toneladas de alimentos dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária de todas as regiões. E isso tudo de produtos in natura e agroindustrializados, frutos da luta e da organização camponesa, livre de veneno e a partir de novas relações com os bens naturais. É então, uma importante ferramenta para reafirmar o compromisso do MST com toda a população brasileira. 

E, no estado, desde que assumi como deputada, revisitei mais de 26 cidades, agradecendo e ouvindo as demandas do povo. Muito a ser feito ainda. Mas, o nosso caminhar é e sempre será coletivo. Por isso, termino por aqui te convidando a construir conosco este mandato na ALEPE. Vamos fazer um Pernambuco melhor para mim, para você e para os nossos. Nos encontraremos por aqui, nas ruas, nos conselhos e também na luta. Simbora!

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato Pernambuco.

Edição: Vanessa Gonzaga