Paraíba

MUDANÇAS

Sem debate, ALPB aprova projeto de lei que modifica estrutura do sistema estadual de educação

PL cria mais de três mil cargos comissionados para a rede de ensino estadual

Brasil de Fato PB| João Pessoa |
Projeto de lei foi votado nessa terça-feira (19) na ALPB - Divulgação - ALPB

Na manhã desta terça-feira (19), a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou o Projeto de Lei 933/2023, de autoria do Governo do Estado, que redefine a Estrutura Organizacional da Rede Pública Escolar da Paraíba. O PL altera a Lei no 8.186, de 16 de março de 2007, e o texto afirma que tem "a finalidade de modernizar a estrutura da secretaria estadual de Educação".

De acordo com o texto da emenda, a proposta inclui mais seis competências à secretaria da educação, no sentido de estabelecer uma cultura de educação inclusiva por parte dos profissionais; também ficou definido a criação de um gabinete de cooperação com os municípios, que ficará responsável pela articulação da política pública de educação de forma padronizada e alinhada às políticas públicas estaduais.

O presidente da ALPB, Adriano Galdino, afirmou que o assunto foi amplamente discutido e que o importante é modernizar a educação paraibana. 

“A Casa fez o seu papel, discutiu amplamente essa pauta, inclusive com a sessão especial de autoria da deputada Cida Ramos, e hoje a matéria foi aprovada por maioria e tem, na sua finalidade, justamente reestruturar e modernizar toda a área da Educação do nosso Estado. A educação, que de fato é importante em qualquer gestão pública, é importante que seja modernizada, atualizada aos momentos em que nós estamos”, ressaltou o presidente da Casa, deputado Adriano Galdino.

VOTAÇÃO

Os deputados aprovaram o projeto por 21 votos a favor e 10 contra. O ponto de ênfase foram a criação de 3.200 cargos comissionados, além das mudanças nas nomenclaturas do corpo diretivo da rede estadual de ensino que foram atualizadas para: diretor, coordenador pedagógico, secretário escolar e assessor administrativo financeiro. Também os salários tiveram atualização e variam de R$ 1.700,00 a R$3.200,00.
 


Alterações na nomenclatura e nos subsídios do corpo diretivo da rede estadual de ensino / Print - PDF ALPB

FALTOU DEBATE

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação da Paraíba (SINTEP-PB) aponta que restaram algumas dúvidas em relação ao projeto de lei, e que o debate não foi tão amplo como informou o deputado Galdino, uma vez que durante a sessão especial da segunda (18) com a Comissão de Educação da ALPB, a Secretaria de Educação da Paraíba não enviou ninguém para apresentar e debater o projeto. "Ficam dúvidas: como será composta a remuneração dos cargos de direção? Haverá preferência por servidores de carreira? Sem falar que o governo precisa regulamentar o processo de seleção de direções escolares que já está previsto num portaria de 2022, a 713, e isso precisa ser feito em diálogo com o sindicato", afirma Professor Felipe Baunilha, direção do Sintep-PB.

Ainda diante dos pontos apresentados pela matéria, o professor Felipe Baunilha questiona sobre sistema de avaliação e estruturas das escolas. "O PL não estabelece critérios estruturais mínimos para qualidade das escolas, apenas cria o sistema de avaliação focado no resultado do aluno, sem levar em consideração as condições das escolas. Também não estabelece mecanismos para contratação de prestadores de serviço, nem o pagamento do piso salarial como estruturante na secretaria", afirma. 

A deputada Cida Ramos reafirma que o projeto possui lacunas e que não teve uma discussão junto a Comissão de Educação. "Queremos discutir e contribuir para uma melhor educação, com professores sendo respeitados e em sala de aula, merenda para os alunos, salas preparadas, funcionários reconhecidos nas suas funções, escolas com acessibilidade, só assim alcançaremos o desenvolvimento do nosso estado. Hoje, o projeto que o governo do estado enviou reestruturando a secretaria de educação, mudando a política pedagógica, não teve discussão, não passou na Comissão de Educação da ALPB. Queremos contribuir nessa pauta tão importante. Por que o governo não quer discutir?", questionou.


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Edição: Cida Alves