Pernambuco

ELEIÇÕES

MST terá 43 candidatos sem terra disputando as câmaras de vereadores em Pernambuco

Além desses que são das próprias fileiras do MST, o movimento dará apoio a 21 candidaturas de militantes aliados

Brasil de Fato | Recife |
Em julho o MST em Pernambuco realizou, em Caruaru, uma plenária com seus pré-candidatos a vereadores espalhados pelo estado - Vinicius Rodrigues/MST

Aprofundando sua estratégia de participar também das disputas institucionais, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) terá mais de 700 candidaturas nas eleições municipais em todo o Brasil. Em Pernambuco serão 43 nomes disputando vagas nas câmaras de vereadores e pelo menos mais 21 aliados “firmes”, que não são formados dentro do MST, mas terão apoio do movimento.

Em conversa com o Brasil de Fato Pernambuco, Cida Pereira, dirigente nacional do MST pontua que alguns desses nomes já chegaram a se candidatar noutras eleições, mas o movimento não tinha esse debate tão vivo nacionalmente. “Mas nos últimos anos criamos dentro do MST uma frente de atuação institucional e amadurecemos muito esse debate”, diz ela.

Leia: Por que o MST está disputando as eleições (de novo)?

Em evento no interior de SP, MST lança mais de 700 candidaturas para eleições 2024

Otimista, reafirma que sonha em eleger os 43 sem terra e ainda os aliados, mas também reflete sobre as derrotas. “Podemos não ganhar algumas das campanhas, mas vamos sair com as pautas da reforma agrária fortalecidas, com saldo político e com lideranças que podem contribuir em 2026”, completa. Dos candidatos do movimento, 38 (quase 90%) estão no Partido dos Trabalhadores (PT) e as demais 5 candidaturas estão filiadas ao PSB (2), PSOL (1), PDT (1) e Avante (1). Cida conta que a meta é eleger ao menos 18.

O BdF Pernambuco fez perfis de 9 desses candidatos, de todas as regiões do estado. Entre homens, mulheres, brancos, negros, jovens, LGBTs - mas todos tendo em comum a priorização das pautas relativas ao direito a uma alimentação saudável, a partir do fortalecimento da produção da agricultura familiar e das respectivas políticas de reforma agrária necessária para a vida no campo. Conheça.

Tomás Agra, no Recife


Tomás tem formação na ala progressista da Igreja Católica, foi militante do Levante Popular da Juventude e hoje integra as fileiras do MST / Rebeca Martins/divulgação

Tomás do MST
Idade: 31 anos
Advogado, coordenador da Mãos Solidárias e assessor parlamentar. 
Pautas prioritárias: combate à fome, defesa de moradias populares, justiça climática e defesa da cultura popular

Napoleão de Assunção, em Olinda


Napoleão tem histórico de atuação em rádios comunitárias e junto à cultura popular / Divulgação

Napô do MST  
Idade: 49 anos
Coordenador da Campanha Mãos Solidárias, integrante da Brigada Dom Helder Câmara e do setor de Cultura do MST.
Pautas prioritárias: Alimentação saudável através da agricultura familiar, valorização da cultura popular de Olinda e o fortalecimento da comunicação popular.

Jaqueline Gomes, em Aliança


Kelly é agricultora assentada da reforma agrária na zona da mata pernambucana / Divulgação

Kelly MST
Idade: 42 anos
Agricultora.
Pautas prioritárias: Assistência técnica aos assentados da reforma agrária para produzirem alimentos saudáveis; políticas públicas para mulheres, jovens, pessoas negras e deficientes.

Samuel Drummond, em Vitória de Santo Antão


Samuel é educador popular e coordenador do MST na zona da mata e quer representar os agricultores na cidade da primeira desapropriação para reforma agrária no Brasil da história do Brasil / Divulgação

Samuel do MST
Idade: 36 anos 
Agricultor e educador popular 
Pautas prioritárias: valorização da agricultura e do meio ambiente e defesa do governo Lula.

Edilson Barbosa, em Caruaru


Edilson Sem Terra é agricultor e atua na produção agroindustrial do MST na região / Divulgação

Edilson Sem Terra 
Idade: 49 anos
Agricultor 
Pautas prioritárias: Fortalecimento da agricultura familiar e reforma agrária , da alimentação saudável e o combate à fome.

Maria José, em Trindade


Zezinha do MST é agricultora no sertão pernambucano, dirigente do MST e lésbica / Divulgação

Zezinha do MST 
Idade: 37 anos
Ocupação: Dirigente da coordenadora estadual do MST.
Pautas prioritárias: Fortalecer a agricultura familiar e defender os direitos das mulheres e pessoas LGBT+ no município.

Sandra Nogueira, em Serra Talhada


Sandra é agricultora no Sertão do Pajeú e dirigente do MST / Divulgação

Sandra do MST
Idade: 43 anos
Agricultora
Pautas prioritárias: Políticas públicas para as mulheres e para a agricultura familiar e reforma agrária.

Clebson Gomes, em Petrolândia


Clebson é agricultor e dirigente do MST / Divulgação

Clebson Sem Terra 
Idade: 39 anos
Agricultor, assessor parlamentar e militante do MST.
Pautas prioritárias: Combate à fome, defesa da reforma agrária e fortalecimento da educação do campo.

Reginaldo Martins, em Petrolina


Reginaldo é educador da reforma agrária, dirigente do MST e coordena campanha de enfrentamento à fome em Petrolina / Divulgação

Reginaldo do MST 
Idade: 48 anos
Pedagogo, assessor parlamentar, coordenador do Mãos Solidárias em Petrolina e dirigente regional do MST.
Pautas prioritárias: Combate à fome, conservação da caatinga, revitalização do rio São Francisco, garantir o acesso à água para a população, fortalecimento da agricultura familiar, da reforma agrária e da educação no campo.

Edição: Helena Dias