Para evitar qualquer confusão desnecessária, vou utilizar a nomenclatura “Ventura” para o treinador do Sport. Até porque neste caso tenho nítidas opiniões de que o “Jair do Sport” não merece perder o comando. 

É inegável a insatisfação com o time nesta temporada, que começou no final de fevereiro. É algo bisonho para a história do Sport olhar os números e as colocações nas tabelas de classificação no estadual e no regional. Isso sem falar no vexame na Copa do Brasil. 

Ao mesmo tempo, a relação com o treinador Ventura precisa ser equilibrada na Ilha. É até estranho termos um endeusamento pela permanência na Série A virar uma demissão poucas semanas depois.

Alguns motivos diretos e pragmáticos fortalecem a tese de que o treinador do Sport não deveria balançar de forma alguma. Ou seja, quem está soltando o verbo da insatisfação deveria refletir pelo menos três questões antes. 

O primeiro motivo é clássico é o questionamento clássico: “o treinador é realmente o culpado? Uma troca resolveria a questão?”. O time está tentando uma configuração tática diferente neste início de temporada. O Sport não pretende manter o padrão do final do Brasileirão neste início de temporada. A bronca seria para qualquer treinador que chegasse. 

Outra questão é financeira. O Sport não pode continuar na loucura de iniciar e encerrar contratos como se estivesse escolhendo um filme na TV. As contas dessa cultura equivocada de gestão estão pesando e sempre ameaçando o clube. 

Para fechar a terceira, de muitas outras possíveis, o calendário do futebol está ainda mais maluco. Não sabemos nem se as competições vão continuar com o cenário pandêmico. Diante das anormalidades no planeta, a regularidade no trabalho dos clubes vai pesar ainda mais nesta temporada. 

Enfim, a campanha pífia é praticamente insuportável. Mas os cenário em campo, na diretoria e no planeta, conspiram para a permanência do Ventura no Sport. A saída do Jair só serve lá em Brasília.  

*Daniel é torcedor do Sport

 

Edição: Vanessa Gonzaga