Pernambuco

PLANO DE GOVERNO

Saiba quais são as políticas para as mulheres das candidatas ao governo de Pernambuco

Com duas mulheres no segundo turno, essa será a primeira vez que o estado terá uma governadora

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Neste domingo (30) Pernambuco irá eleger sua primeira governadora - Tiago Calazans e Divulgação

No dia 02 de outubro, os pernambucanos e pernambucanas colocaram no segundo turno das eleições para o governo duas mulheres: Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB). O eleitorado pernambucano também é majoritariamente feminino: elas são 53,6% dos mais de 7 milhões de eleitores. Pernambuco é, também, o estado mais feminino do Nordeste, de acordo com dados do IBGE.

Leia: Confira as propostas de combate à fome das candidatas ao governo Marília Arraes e Raquel Lyra

O estado acumula também números altos de violência contra a mulher: só entre janeiro e julho de 2022 foram feitas 22.476 denúncias de violência doméstica em Pernambuco e 45 feminicídios foram contabilizados, de acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS). Já o Dossiê Violência contra as mulheres em Pernambuco aponta que o estado tem cinco casos de violência por hora, chegando a média de 110 por dia.

Por isso, o Brasil de Fato Pernambuco reuniu as propostas das candidatas ao cargo máximo no Palácio do Campo das Princesas. Confira: 

Marília Arraes

No seu programa de governo, a análise da candidata é que o estado é “ausente de políticas voltadas para as mulheres, na falta de serviços, direitos e políticas de promoção de igualdade de gênero”. Para alterar esse cenário, o programa reúne 22 propostas voltadas ao controle social, saúde, combate á violência, educação, formação profissional e apoio a pequenos empreendimentos. 

Na área do controle social, as propostas são fortalecer os Planos Estaduais de Políticas para as Mulheres e voltar a fazer Conferências de Mulheres, além de criar o Sistema de Informação Integrado das Mulheres (SIIM), com foco na coleta de dados para a elaboração de políticas. 


Marília Arraes (Solidariedade-PE) tem 43% dos votos válidos, de acordo com o Ipec / Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Marília propõe a implantação de 13 unidades da Casa da Mulher Pernambucana voltadas à saúde integral da mulher, em especial o atendimento pré-natal, parto e puerpério. Ainda na área da saúde, consta no programa a criação de salas de parto natural e humanizado. 

Para atuar no combate à violência, Arraes propõe a implantação de Delegacia da Mulher nas cidades com maiores índices de violência; criar os Núcleos de Atendimento à Mulher nas delegacias; ampliar as equipes de suporte multidisciplinar e casas de abrigo, além de implantar o Projeto Maria da Penha nas Escolas e capacitar os profissionais da área para o tema. 

Leia: O que Marília Arraes e Raquel Lyra propõem para a saúde em Pernambuco?

Para fomentar pequenos empreendimentos, a proposta é Programa Empreende Mulher que reúne ações de planejamento e atuação de empresas, cooperativas, organizações sociais, MEI’s, empresas solidárias e outros tipos de empreendimento. 

Por fim, a candidata pretende criar o programa Fundo Específico para Financiamento das Políticas Públicas Direcionadas às Mulheres para recrutar recursos para a realização de políticas e promover além da educação formal, cursos técnicos e profissionalizantes para mulheres. 

Raquel Lyra (PSDB)

A candidata tem 17 propostas para as mulheres distribuídas nos eixos de segurança pública e combate à violência contra a mulher, autonomia econômica e políticas públicas. No capítulo “Um olhar para quem mais precisa”, a tucana elenca essa como uma das quatro populações que seriam prioritárias em seu governo, ao lado das pessoas em situação de pobreza, das crianças e das pessoas com deficiência. 

Leia também: Confira as propostas para a comunidade LGBTQIA+ de Marília Arraes e Raquel Lyra

Em relação à segurança pública, Raquel Lyra promete fortalecer e integrar os serviços públicos de combate à violência contra a mulher. Para isso, boa parte das propostas são melhorar serviços que já existem, como fortalecer o Programa Maria da Penha vai à Escola; ampliar as Patrulhas Estaduais Maria da Penha; incentivar a criação das patrulhas municipais e abrir novas Delegacias da Mulher;

A candidata propõe também apoiar a implantação de novos Centros de Referência da Mulher municipais; ampliar o número de instituições de acolhimento para mulheres em risco de morte; e criar em parceria com municípios Casas de Passagem para mulheres em situação de violência.


Raquel Lyra já passa de R$ 1 milhão em doações privadas / Reprodução

Em termos de autonomia econômica, a proposta é criar Centros de Qualificação Profissional da Mulher, equipamentos que ofereceriam serviços de capacitação, formação sociopolítica, inserção no mercado de trabalho e fomento ao empreendedorismo. A candidata também planeja estimular a implantação de creches nas empresas incentivadas pelo Estado.

No escopo do enfrentamento à desigualdade, Raquel quer implantar o Programa Mãe na Escola, por meio do qual estimularia as mulheres com baixa escolaridade a retomarem os estudos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a qualificação profissional.

Edição: Vanessa Gonzaga