Pernambuco

VISIBILIDADE TRANS

Janeiro sem Censura reúne luta contra LGBTfobia e a repressão às artes no Recife

Mostra cultural acontece de quinta (27) a 12 de fevereiro com apresentações no Recife e transmissões no YouTube

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Programação terá preços populares e e lista de gratuidade para pessoas trans e travestis - Marcelo Soarez

A luta contra a censura artística, a transfobia e a anulação de corpos e vivências de minorias em Pernambuco segue mais viva do que nunca. O Festival Janeiro Sem Censura está de volta em sua 4ª edição, que inicia nesta quinta (27) e vai até 12 de fevereiro. A iniciativa é do Coletivo de Dança-Teatro Agridoce, grupo artístico do Recife, que organizou os dez dias de apresentações culturais e rodas de diálogo que podem ser conferidas presencialmente ou através do YouTube.

Este ano, o Janeiro Sem Censura homenageia a atriz, cantora e performer Sharlene Esse. Considerada uma das primeiras artistas trans na cena cultural de Pernambuco, é conhecida por interpretar e personificar divas da música como Gal Costa, Maria Bethânia e Donna Summer.

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"O Janeiro Sem Censura é a fonte de energia que nos faz ficar de pé e energizades o resto do ano. É o momento de reafirmarmos o que acreditamos como grupo e como artistas", afirma Nilo Pedrosa, ator, bailarino e um dos organizadores do festival. 

A noite de abertura do festival, na quinta (27), traz uma apresentação com a homenageada, a performance "Atenção, se beber não dirija", além de "Eternamente Bibi", espetáculo do Cara Dupla Coletivo de Teatro que relembra o legado da atriz Bibi Ferreira, com atuação da transformista Letícia Rodrigues.

Ao todo, serão 12 atrações culturais, que acontecem no Espaço Cênicas,  no Bairro do Recife, sempre de quinta e domingo), a partir das 19h. A única exceção é a mostra audiovisual "Cine Pitangas", que ocupará o Teatro do Parque no dia 09, às 18h, com exibição de seis curtas-metragens e um longa que abordam temáticas de visibilidade LGBTQIA+. 

O festival encerra no dia 12/02 com o resultado da Oficina "(Trans)Passar em Foco", na qual dez artistas trans, travestis e não-bináries selecionados pelo festival apresentarão um experimento cênico fruto de vivência com o Coletivo Agridoce. 

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Os ingressos para as apresentações no Espaço Cênicas podem ser adquiridos na bilheteria, na hora dos eventos, no formato Pague Quanto Puder, com contribuição mínima no valor de R$ 10. Haverá ainda disponibilização de lista de gratuidade para pessoas trans e travestis. Já a mostra "Cine Pitangas" tem entrada gratuita para todo o público. Vale lembrar que será exigido o uso de máscara e apresentação de passaporte vacinal com esquema completo para entrada nas atividades presenciais.

Para o público de fora da capital pernambucana, será possível conferir as apresentações culturais remotamente. As atrações do festival serão registradas em vídeo e retransmitidas gratuitamente para o público no YouTube do Coletivo Agridoce, entre 14 e 20 de fevereiro. Quem desejar mais informações pode entrar em contato através do Instagram @teatroagridoce ou pelo email [email protected].

Edição: Vanessa Gonzaga